Timothy William Burton, versátil cineasta norte-americano, já trabalhou como diretor, roteirista, produtor e até mesmo ator. Influenciado por Vincent Price, Edgar Allan Poe e Edward Gorey, Tim Burton é uma peculiar e curiosa personalidade a se conhecer, assim como os seus personagens.
Os curtas, principalmente de animação, são um ponto forte da carreira de Burton, que criou 15 curtas entre 1971 e 2000, além de um clip musical da banda The Killers, em 2006. Entre os mais importantes estão Vincent (1982), com influências autobiográficas, e Frankenweenie (1984), cuja primeira versão, de apenas 29 minutos, levou Burton a ser demitido da Disney por, segundo o estúdio, “gastar dinheiro com algo que as crianças não assistiriam”.
Alguns de seus curtas surgiram de poemas escritos por ele. Compilados em O Triste Fim do Pequeno Menino Ostra e outras Histórias e em Tim Burton Toxic Boy and Stain Boy Journal, os poemas publicados por Tim possuem uma essência que seria cômica, se não fosse trágica. Em meio a poucas e divertidas rimas, o escritor consegue construir personagens adoravelmente peculiares e, assim como em diversos de seus filmes, a melancolia das histórias explora o lado avesso aos padrões sociais, abordando temas como suicídio e violência doméstica. Infelizmente, diversos dos seus curtas dificilmente são encontrados por terem sido arquivados imediatamente após a sua exibição na época em que Tim Burton trabalhava para a Disney.
O estilo sombrio, e ao mesmo tempo encantador, de Burton sempre esteve bastante presente também em longas de animação não muito infantis, com destaque para produções em stopmotion. Durante a produção de O Estranho Mundo de Jack (1993), por exemplo, filme no qual o Papai Noel é sequestrado e o protagonista, rei do Halloween, tenta fazer o Natal ao seu modo assustador, a Disney foi um tanto relutante quanto ao seu público-alvo. Na visão do estúdio, o filme subvertia o espírito natalino.
A Noiva-Cadáver (2005) trata de um amor impossível, trama vista em qualquer conto de fadas, porém com um grande diferencial: em vez das diferenças de classe social ou guerra entre famílias, o amado de Emily, a protagonista, está vivo, enquanto ela, morta. Diferentemente dos filmes protagonizados por Jack e Emily, que, apesar de seus roteiros e cenários sombrios, possuem classificação livre, Frankenweenie (2012) estreou com classificação indicativa 10 anos. O filme é uma releitura do clássico Frankenstein e, apesar de sua história ser doce e infantil, possui cenas dignas de fazer crianças menores temerem seus próprios animais de estimação após sairem do cinema.
Burton também desenha. Com cores vivas e criaturas surreais, onde as listras e formas distorcidas e protuberantes predominam, criatividade não falta, como em tudo que produz. Os desenhos variam de sua própria versão do amor proibido entre Romeu e Julieta – retratados como a terra e o mar – a cenários assustadores e monstros repletos de olhos. A coleção inclui ainda sketches desenhados para seus filmes e curtas, como Alice no País das Maravilhas e Vincent.
Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Danny Elfman são parcerias marcantes em seus filmes. Entre os longas mais importantes que Burton dirigiu, ainda destacam-se Os Fantasmas se Divertem (1988), Batman (1989), Edward Mãos de Tesoura (1990), Ed Wood (1994) e Sweeney Todd: o barbeiro demoníaco da rua Fleet (2008).
Qual trabalho de Burton é o seu favorito?
saulo
13 de agosto de 2015 at 15:47Ótimo texto. 🙂
Para mim a obra prima dele é o filme Peixe Grande. Perfeito em todos os quesitos.
Helloise Mota
14 de agosto de 2015 at 00:26Obrigada, Saulo! 🙂